Iniciei
minha vida profissional como professora em 1984, aceitando um convite para
atuar no Ensino Fundamental nas séries finais como professora de PPT -
Preparação para o Trabalho e Educação Religiosa. Neste ano, tanto eu como
alunos foram cobaias de uma experimentação, da qual me identifiquei. Então fui
me aperfeiçoar e cursei minha primeira graduação em Artes Práticas, que me
habilitava a lecionar PPT, faculdade de férias em Florianópolis pela UDESC.
Garanti minha efetivação de 20 horas na disciplina. Percebendo que a matéria
não ficaria na grade curricular, procurei por outro curso, pelo qual tinha
afinidade. Então cursei Letras - Português/Inglês pela UNOESC de Joaçaba
e mais tarde especialização em Literatura Infanto-Juvenil e Gestão Escolar. Com
este Curso garanti outra efetivação, agora na área das Linguagens e es tou
atuante em sala por 32 anos.
Foi assim, com a experiência primeiro com alunos entre 10 a 14 anos de
idade, depois com os do Ensino Médio, com as graduações, com as especializações
e cursos de capacitação, numa tentativa sempre de acompanha a evolução, que
hoje sinto-me realizada e satisfeita com o trabalho realizado. Em véspera de
aposentar-me sei que influenciei na vida profissional e pessoal de muitos
jovens, já que até hoje sou lembrada por muitos deles e isto é significativo
para qualquer pessoa que ama o que faz. E o faz com determinação e
comprometimento, sonhando sempre em ajudar na transformação do mundo e das
pessoas, numa tentativa de torná-los sempre melhores, sempre mais gente.
Ressalto que obviamente, não se consegue com todos aquilo que sonhamos,
muitas vezes não por falha nossa, mas de todo um sistema, de estruturas
familiares, mas jamais por falta de vontade ou dedicação de quem escolheu esta
profissão por se sentir realizada nela.
Imagino ainda ver uma escola ou um sistema de educação que atenda todas
as reais necessidades de educadores e de alunos. Com salas de aula providas de
todos os equipamentos necessários para uma melhor aprendizagem, com uma
biblioteca completa de obras literárias ( então não precisaríamos realizar
promoções para conseguir adquirir alguns livros )com políticas públicas que se
voltassem literalmente à Educação, de forma verdadeira e não só em
discursos. Teoria é uma coisa e pode ser muito bonita,mas na prática efetiva,
em sala de aula é muito diferente. Precisamos da valorização do profissional
que se dedica ao seu trabalho, que ele não precise ter uma carga horária toda
preenchida com aulas para ganhar um pouco mais, que tenha a possibilidade de tempo
para se preparar, planejar suas aulas ( por que hoje a gente faz isso nos
finais de semana, tempo que deveria ser dedicado ao lazer, família e descanso )
precisamos de uma escola autonôma e democrática, que consiga traçar suas metas
de acordo com a realidade
em que está inserida. Ela não existe hoje, já que recebemos até o
Calendário Escolar determinado, por exemplo. Precisamos de famílias envolvidas
na vida escolar de seus filhos, que os eduquem em casa, que nos auxiliem nesta
trajetória de vida. Enfim que o mundo lá fora perceba o quão importante e
necessário é uma ESCOLA E UM PROFESSOR. Essas são algumas das minhas
frustrações como educadora. Porém, destaco que se não consegue-se atingir 100%
dos nossos objetivos, há uma porcentagem que nos faz sentir orgulho, realização
e satisfação e isso já vale a pena!
SÔNIA MARA VIERO
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