terça-feira, 2 de setembro de 2014

UMA AÇÃO CURRICULAR INTEGRADA PARA UMA FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL –
 CADERNO III
O resgate do conhecimento escolar no campo do currículo
Youg (2007), ao fazer a crítica às “pedagogias do  aprender a aprender”, as quais tiram o foco do conhecimento científico e supervalorizam os saberes do cotidiano, defende a posição de que conhecimento escolar necessita ultrapassar a dimensão estritamente local, instrumental ou particularizada e oferecer as bases para a compreensão das relações entre o universal e o particular. A esta perspectiva, Youg atribui o sentido de “conhecimento poderoso”. 
O currículo tem que levar em consideração o conhecimento local e cotidiano que os alunos trazem para a escola, mas este nunca poderá ser uma base para o currículo. A estrutura do conhecimento local é planejada para relacionar-se com o particular e não pode fornecer base para quaisquer princípios generalizáveis. (Youg,2007,p.13).
Diante dessa argumentação nos questionamos: é possível organizar o currículo do ensino médio sem abrir mão da centralidade e  de seus sujeitos e, ao mesmo tempo, enfrentarmos os limites da fragmentação do saber  a hierarquização entre as disciplinas?
Os conhecimentos escolares, são selecionados e organizados para que possam ser ensinados e aprendidos. Nesse processo, o conhecimento escolar torna-se elemento essencial do desenvolvimento cognitivo do estudante, bem como de sua formação ética, estética e política.
Entendemos também que o domínio da ciência básica não se obtém somente pela reprodução pura e simples dos conceitos. É e nesse sentido então, que , inserimos a crítica à pedagogia da memorização e afirmamos a necessidade de “uma educação que ajude a ler a realidade”. (Paulo Freire), que ajude a compreender essa realidade criticamente.
Para tanto temos mais uma possibilidade posta pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o EM, que propõe a pesquisa como princípio pedagógico.
A pesquisa como princípio pedagógico é capaz de levar o estudante em direção a uma atitude de curiosidade e de crítica, por meio da qual ele é instigado a buscar de respostas e não a se contentar com pacotes prontos.
As novas possibilidades apontadas pelas Diretrizes Nacionais para o EM vão ao encontro da necessidade de que nesta etapa da educação básica se efetive a necessária integração entre um núcleo de conhecimentos do currículo obrigatório com atividades e opções do próprio interesse do estudante. Isso significa rever as velhas formas, os velhos arranjos estritamente disciplinares que inviabilizam diálogos entre os campos da ciência e entre estes e o e contexto histórico cultural em que os jovens alunos do EM se situam. (Silva,2013).


JOSSEANE BENJAMINI

Um comentário:

  1. gostei muito da reflexão, aqui também estamos fazendo os encontros, é desafiador...

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